Grande parte dos empreendedores possui uma dificuldade em gerir os custos do seu negócio de maneira efetiva, a fim de que ele possa tomar decisões para o seu negócio. Questões como “Quais são os meus custos e despesas?”, “Qual produto contribui mais no meu lucro?”, e “Qual a margem de segurança do meu negócio?”, são comuns nos negócios e, nem sempre, as respostas são encontradas facilmente. Por isso, entender e aplicar uma Gestão de Custos torna-se fundamental para alcançar o sucesso no seu negócio.
Gestão de Custos
A Gestão de Custos compõe todos os gastos e investimentos necessários para que a organização realize suas atividades e produza. Ela é, também, uma parte dos processos que compõem a estratégia de uma empresa. No entanto, é uma das mais importantes pois afeta todos os setores da empresa — em especial o financeiro.
Classificação dos Gastos
Os gastos são classificados em custos, despesas e investimentos. Os custos são separados em fixos e variáveis. Sendo assim, os custos fixos decorrem da manutenção da estrutura produtiva da empresa e independem da quantidade fabricada, ou seja, se eu produzir 0 ou 100 esses custos permanecerão os mesmos. Um exemplo clássico é o aluguel. Já os custos variáveis são aqueles que aumentam ou diminuem de acordo com o volume produzido, ou seja, quanto mais eu produzo, mais matéria prima eu preciso, dessa forma, maior o custo. Um exemplo disso, além da matéria prima, é a energia elétrica.
Além disso, há também as despesas, que são todos os gastos relativos à administração da empresa para manter o seu funcionamento, porém, não contribuem diretamente para produção. Um exemplo é a área de Marketing de uma empresa. Por fim, temos os investimentos que são desembolsos feitos na data atual, visando um ganho futuro. Esses termos são de extrema importância e a base para a gestão de custos nos negócios.
Matéria prima
Composição do Custo
Ao adquirir materiais, geralmente a empresa incorre em outros gastos, além dos pagos ao fornecedor, que pode ser o frete, seguro, etc. Desse modo, tudo isso constitui o custo. Além disso, deve-se considerar que, nos valores pagos quando da aquisição de materiais para a produção, podem estar inseridos tributos passíveis de recuperação, como IPI e ICMS.
Sendo assim, considerando apenas o IPI e ICMS, o custo do material é obtido da seguinte forma:
IPI e ICMS nas compras
Os impostos incidentes na aquisição dos materiais destinados à produção merecem atenção pois eles devem ser descontados do valor da receita, ou seja, uma empresa vende seu produto e cobra os impostos do cliente, recolhendo-os para o governo.
Neste caso nós temos o preço bruto, o qual está inserido os impostos, e o preço líquido, o qual é descontado os impostos e comercializados ao público. Para se chegar o preço líquido utilizamos a seguinte fórmula:
Preço que você pagou pelo produto/ (1+IPI) X (1-ICMS)
Mão de Obra Direta
A mão de obra direta diz respeito aos funcionários que atuam diretamente na produção. Esse tempo de trabalho pode ser classificado como custo direto, ou seja, o tempo realmente trabalhado, e o custo indireto, que são as horas improdutivas (horas não trabalhadas).
Para definir os dias e horas trabalhados é preciso levar em consideração o salário, abono salarial, 13° salário, encargos, férias e benefícios, bem como os dias anuais, sábados, domingos, férias e feriados. O custo por hora é a divisão do total anual pelas horas anuais.
Custeio Variável
Para fins gerenciais, esse método de custeio é o mais adequado. De acordo com ele, os custos fixos não são apropriados aos produtos por eles serem os custos necessários para manter a produção, e não para produzir, de fato, os produtos. Exemplificando, se eu produzir 10 ou 20, o meu custo com aluguel é o mesmo, já com matéria prima ele varia.
Assim, a partir desse método utilizado para fins gerenciais, os produtos recebem somente os custos variáveis, os fixos são tratados como custos do período e vão diretamente ao resultado final.
Os benefícios ao se utilizar o custeio variável são ao seguintes:
- Auxiliar na tomada de decisões gerenciais;
- Identificar os produtos que mais contribuem para a lucratividade da empresa;
- Determinar produtos que podem ter suas vendas incentivadas, reduzidas ou até mesmo eliminadas;
- Identificar os produtos que possuem maior rentabilidade caso haja fatores limitantes de produção;
- Definir preços de produtos para ocuparociosidade;
- Decidir entre comprar e fabricar;
- Determinar o nível mínimo de atividades para que o negócio seja rentável;
- Definir descontos.
Margem de Contribuição
Quando um produto está sendo fabricado, ele gera custos e despesas. Posteriormente, ao comercializar, ele também, gera certas despesas variáveis, como comissão e fretes. Dessa forma, podemos perceber que há custos e despesas que ocorrem a partir da produção e venda, que são os custos e despesas variáveis.
No custeio variável os produtos geram uma margem, que é a Margem de Contribuição. Ela nada mais é que o montante que resta do preço de venda de um produto depois da dedução de seus custos e despesas variáveis, ou seja:
MC = PV – (CV + DV)
Sendo:
MC: (Margem de Contribuição)
PV: Preço de Venda
CV: Custo Variável
DV: Despesa Variável
Caso o preço de venda de um produto seja inferior a seus gastos e despesas, temos uma margem de contribuição negativa, a qual deve ser revista, pois a empresa não está sendo capaz de cobrir os seus custos e despesas fixos. Uma empresa só tem lucro apenas quando a margem de contribuição é maior que seus custos e despesas fixos. Sendo assim, a margem é entendida como a contribuição dos produtos à cobertura dos seus custos e despesas fixos, e ao lucro.
Com a margem de contribuição, é possível entender quais produtos dão mais retorno, e assim incentivar a venda deles visando aumentar o lucro.
Ponto de Equilíbrio
O ponto de equilíbrio é uma situação em que o negócio não apresenta nem lucro ou prejuízo. Essa situação mencionada é obtida quando se atinge um nível de vendas no qual as receitas são suficientes para cobrir os custos e despesas, não para obtenção de lucro. O lucro vem a partir das vendas após se ter atingido o ponto de equilíbrio.
Dessa forma, como já vimos, a margem de contribuição tem o intuito de cobrir os custos e despesas fixos. Quando o montante da margem de contribuição se iguala a ele, temos o ponto de equilíbrio. Assim, qualquer produto cujo vendido acima do ponto de equilíbrio, a empresa passa a obter lucro.
Para cálculo do ponto de equilíbrio para um produto utilizamos a seguinte fórmula:
Ponto de equilíbrio = Custos e despesas fixos/Margem de Contribuição.
Para calcular o ponto de equilíbrio para mais de um produto é necessário utilizar o “Mix de Produtos”, o qual se cria um único produto de forma fictícia para determinar os valores.
Margem de Segurança Operacional (MSO)
A margem de segurança operacional nada mais é que a quantidade de produtos ou receitas operadas acima do ponto de equilíbrio. Pode se obtida da seguinte forma:
MSO= volume de unidades vendidas – quantidade no ponto de equilíbrio
Quanto maior for a MSO, maiores são a capacidade de lucro e segurança de que a empresa não incorrerá em prejuízo. Caso a MSO seja menor, deve-se executar ações para reverter a situação.
Conclusão
Todos os conceitos apresentados anteriormente são colocados em prática nos empreendimentos para que melhores decisões gerenciais sejam tomadas e que as empresas não operem em prejuízo ou, até mesmo, tenham que ser fechadas.
Para mais conteúdos como esse, acompanhe a UNIFEI JR em nossas redes sociais (Instagram, Linkedin, Facebook) e se você enxerga um problema de Gestão de Custos em seu negócio hoje, agende um Diagnóstico Gratuito com nossa empresa para que, juntos, possamos resolver esse impasse.