Se sua empresa falhar não será um motivo de festa muito comum. Quando empreendedores começam um novo negócio, a expectativa nunca é de quebrar. Aliás, um princípio da contabilidade é realmente o da continuidade da empresa (visto na Resolução CFC nº 750/93). Neste post, fazemos uma interpretação do Relatório de 2016 do SEBRAE sobre a sobrevivência das empresas no Brasil e colocamos aqui algumas experiências que vivenciamos nas nossas consultorias da UNIFEI JR.
“É mais fácil uma empresa ir à falência por conta de uma série de pequenos erros, do que por um único grande erro.”
O Relatório do SEBRAE de 2016 mostra os resultados da pesquisa sobre a sobrevivência das empresas no Brasil. “Como resultado, verificou-se que a sobrevivência (ou a mortalidade) do negócio resulta não apenas de um único fator tomado isoladamente, mas depende da combinação de um conjunto de fatores: os “fatores contribuintes”. (pág 52 do documento)
Uma análise interessante foi ver como os empresários se situavam antes de abrir o negócio que fechou em 2 anos. O maior número de empresários abriu a empresa com pouca experiência no ramo e estavam, antes, desempregados. Alguns criaram o negócio e não tiveram tempo para planejá-lo. Pessoas que não aperfeiçoaram seus produtos ou serviços, quem não investiu em capacitação em mão de obra, quem não inovou ou quem não tinha um bom acompanhamento financeiro também foram à falência.
As empresas que continuaram sobrevivendo depois de dois anos tinham certas semelhanças. Os empresários que as geriam, abriram o negócio porque identificaram uma oportunidade e desejaram ter o próprio negócio. Eles já tinham conhecimento anterior do mercado que iriam atuar e assim, também tiraram mais tempo para planejar a empresa. Eles não esqueciam de investir na capacitação dos membros e capacitação para gestores. Outra característica interessante é que buscavam aperfeiçoar e inovar nos produtos e serviços, além de terem um controle mais rígido para o fluxo de caixa, para não extrapolar nos empréstimos e outras dívidas.
De acordo com o Relatório, em Itajubá, 861 empresas foram construídas em 2012 e a taxa de sobrevivência delas em 2 anos foi de 79%. Com esse dado vemos que ainda há muito para consolidar um mercado fértil na cidade. Há uma explosão de novos negócios, mas poucos se consolidam.
Então, quais são os erros que devem ser observados para evitar que a empresa falhe? Quais planos de ação podem ser feitos para mudar a nossa realidade?
“Comece de onde você está. Use o que você tiver. Faça o que você puder” – Arthur Ashe, tenista
Selecionamos aqui alguns pontos que podem facilitar a observação e indicar quando uma empresa pode quebrar. Nessa lista colocamos algumas dicas que achamos que podem ser interessantes caso percebam a existência do problema. Um texto interessante é esse da Exame, falando sobre algumas frases que podem indicar que a empresa pode quebrar.
1- Não ter um plano de negócios
Um plano de negócios define todo o planejamento inicial para uma empresa começar. Nele temos informações sobre análise de mercado, plano de marketing, plano operacional, plano financeiro.
Dica: Contrate uma consultoria e montem juntos o seu plano de negócios.
2- Não ter um controle rígido do fluxo de caixa
Quando o controle não é bem feito, muitos detalhes podem acumular. Depois de um tempo, dívidas não pensadas podem fazer muita diferença.
Dica: Fazer detalhamento de gastos, controle de estoque, analisar investimentos, além de fazer projeção para próximos meses.
3- Misturar finanças pessoais com as da empresa
Quando se mistura esse dinheiro, o controle financeiro fica insustentável. É importante ter em mente o que é da empresa e o que é do dono.
Dica: elabore um planejamento financeiro eficaz. É importante definir um pró-labore (salário para o dono da empresa) e assim separar o dinheiro da pessoa física da pessoa jurídica.
4- Trabalhar sem metas
Sem elas você perde a noção de qual caminho está seguindo e a equipe acaba trabalhando para objetivos diferentes.
Dica: Trace os objetivos a curto e longo prazo da empresa
5- Fazer empréstimo ou financiamento, mas não ter dinheiro para pagar
Esse ponto já está incluso nos pontos sobre planejamento financeiro, mas achamos interessante destacar este ponto. Muitos empresários cometem o deslise de fazer um empréstimo acreditando que terão como pagar, sem muito o cuidado ao investir.
Dica: Não se precipite e avalie o que realmente é importante de ser comprado. Faça um planejamento detalhado e uma estimativa de quanto poderão ganhar.
6- Se basear em “chutes” e não em pesquisas
Muitos empresários se baseiam nos seus achismos, se baseiam no ponto de vista que possuem, mas muitas vezes este não é o ponto correto. Sejam pontos como quem é o público algo da empresa, o que os clientes querem, o motivo de não fidelizarem, melhores fornecedores, principais concorrentes, etc. São questões importantes para as decisões da empresa e são respondidas por achismos compromentendo o planejamento estratégico da empresa.
Dica: Ouça os especialistas e consultores que você tem a sua disposição. O investimento nesse tipo de serviço pode fazer com o que o seu negócio dê um salto de vendas e lucros. Caso queira ver um material sobre definição de público alvo e as possibilidades de pesquisa, baixe esse ebook.
7- Autoconfiança dos sócios
Um ponto discutido é a forma com que os sócios levam a empresa sem a opinião de consultores ou funcionários. Quando eles estão autoconfiantes, deixam de confiar na equipe e confiam só em suas decisões. Assim, seus funcionários ficam insatisfeitos e muitas inovações que poderiam acontecer, não acontecem.
Dica: Deixar todos da empresa abertos a opinarem e darem sugestões. Além de ter a mente aberta para diagnósticos e consultorias.
8- Não inova nem se diferencia
A concorrência está muito grande e quando uma empresa decide não inovar, ela perde mercado. As pessoas estão em constante mudança, desejando de produtos cada vez melhores, que consigam suprir suas necessidades e desejos, se diferenciar dos concorrentes é essencial e não apenas um detalhe.
Dica: É importante trabalhar os seus medos e aprender a inovar naquilo que você tem disponível para fazer.
Mudanças…
Sabemos que o pequeno empresário tem que fazer um pouco de tudo, um pouco de estratégia e um pouco operacional. Existe uma dificuldade imensa para gerir uma micro e pequena empresa, para lidar com tantas atividades paralelas, fazendo sempre vários papéis. A mentalidade empreendedora é muito importante, afinal, você sempre pensou como funcionário. Mas a sua ideia de empresa precisa mudar quando você está do outro lado, sendo o dono. Então, o comprometimento e doação precisam aumentar, sem existir horário para entrar nem para sair. Assim que perceber que essa situação tem acontecido na sua empresa, corra e tente reverter a situação. São detalhes que se percebidos cedo, podem resolver o problema e tirar sua empresa da beira da falência.
“Oportunidades não surgem. É você que as cria” – Chris Grosser, fotógrafo